Federasul lança a Carta de Osório manifestando preocupações com a política e a economia.
O vice-presidente da Região Norte do Estado da Federasul, Fábio
Vendruscolo, participou da primeira
reunião de integração de nova gestão da Federasul realizada na sexta-feira, 27
de janeiro, no Complexo Eólico de Osório, no Litoral Norte gaúcho. Na oportunidade,
foi divulgado um manifesto em que expõe preocupações sobre a política e
economia nacional intitulada de “Carta de Osório”. O documento foi inspirado na
contribuição de todos os líderes empresariais presentes, que respondem por
cerca de 80 mil empresas gaúchas, entre eles Fábio Vendruscolo.
O presidente
da Federasul Rodrigo Sousa Costa abriu o encontro de mais de 100 líderes
empresariais do interior do Estado destacando que a palavra-chave de sua gestão
é o engajamento de lideranças em defesa do bem comum. Ele lembrou a missão da
entidade visando reforçar os valores, propósitos e diretrizes institucionais
que buscam especialmente melhor ambiente para empreender e a melhora da
qualidade de vida dos gaúchos. Destacou que as decisões tomadas pela entidade
devem estar baseadas nesses pilares. Disse que é necessário fazer esforço extra
pelo engajamento para reverter aumentos de impostos causando mais dificuldades
para as empresas e para a população.
O evento foi
coordenado pelo vice-presidente de Integração da Federasul, Rafael Goelzer que
agradeceu a presença de todos afirmando que “somente com a união em torno dos
mesmos objetivos será possível manter Brasil nos trilhos e promover o
crescimento do Estado”.
CARTA DE OSÓRIO
A Federasul
manifestou a sua preocupação com os excessos, ataques e provocações por parte
de lideranças públicas federais dos três poderes, por isso resolveu divulgar o
manifesto, redigido coletivamente por todos os presentes. Leia a carta na
íntegra.
“As lideranças empresariais da FEDERASUL
em sua 1ª Reunião de Integração de 2023, diante do cenário nacional de
polarização, vem por meio desta reforçar sua disposição de trabalhar,
empreender e produzir pelo futuro de nosso País, sob as luzes dos princípios, garantias
e direitos tão arduamente conquistados em nossa Constituição Federal de 1988,
para que possamos desfrutar de um ambiente democrático para geração de
riquezas, empregos e arrecadação como solução para os graves problemas sociais
brasileiros.
Enquanto
cidadãos mobilizados em prol do bem comum, manifestamos profunda preocupação
com excessos, ataques e provocações por parte de lideranças públicas federais
dos três poderes, na contramão das intenções inscritas no preâmbulo de nossa
Carta Magna, numa postura que inflama os ânimos e divide a sociedade, criando
expectativas cada vez piores, fazendo nascer a insegurança e o conflito no
lugar da esperança, o ódio no lugar da pacificação, deixando a economia flutuar
sobre o medo como prenúncio de uma recessão.
No
cerne de nossa preocupação com os prejuízos que esta postura vem causando à
estabilidade democrática, à economia e à nossa capacidade de resolver problemas
sociais, renasce a certeza de que ninguém deve se colocar acima da
Constituição, porque não há Justiça com parcialidade, não há democracia sem
liberdade de expressão, não há paz com excessos e muito menos segurança na
distorção da Lei ou no desrespeito ao Parlamento.
No
cumprimento de nosso papel enquanto Sociedade Civil Organizada trazemos as seguintes
contribuições, caminhos e alertas que surgem de análises técnicas e dos
sentimentos que afloram na classe produtiva quando decide investir, avançar ou
esperar:
1)
Saudamos a iniciativa do Governo Federal de ouvir os Estados membros em suas
prioridades a partir de três projetos estruturantes na infraestrutura, numa
demonstração de acolhimento democrático;
2)
Reafirmamos a crença na Liberdade de Expressão como pilar essencial à
democracia já incorporado a cultura brasileira como valor que não admite
intepretações distorcidas das cláusulas pétreas da Carta Magna;
3)
Enaltecemos a geração de empregos e postos de trabalho colhidos pela Reforma
Trabalhista proporcionando renda a milhões de famílias, e desta forma
rejeitamos retrocessos na Lei Trabalhista com efeitos negativos já conhecidos;
4)
Reconhecemos o avanço na Lei das Estatais para evitar o uso político de sua
gestão e repudiamos a proposta de flexibilização desta Lei pelos prejuízos já
experimentados;
5)
Reforçamos que a Reforma Tributária será bem-vinda na simplificação para o
pagamento de tributos que reduz custos, mas que não pode representar aumento
líquido da carga tributária que pesa sobre os ombros de toda sociedade;
6)
Ratificamos a importância da independência do Banco Central pela manutenção dos
pilares da política monetária, alicerçados sobre as metas de inflação, dólar
flutuante e controle fiscal, reiterando os perversos efeitos sociais que se
colhem na ausência de responsabilidade com esta política.
Com
disposição e fé por tempos melhores, acreditamos que ataques a democracia se
combatem com mais democracia, através da pacificação do país pelo exercício
ponderado do poder, pela sensatez nas decisões e equilíbrio nas manifestações,
acolhendo todos os brasileiros como essenciais para uma sociedade fraterna,
pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social, como ensina nossa
Constituição Federal.
Por
Jornalista Maria Lúcia Carraro Smaniotto, Copydesk Jornalismo & Marketing
Ltda