Estiagem: Governo Lula anuncia socorro aos agricultores gaúchos
(Foto: Leandro Molina)
Uma
comitiva com três ministros do governo Lula esteve nesta quinta-feira (23) em
Hulha Negra, na região da Campanha do Rio Grande do Sul, para acompanhar de
perto o drama de famílias que sofrem, pelo quarto ano consecutivo, com os
impactos da estiagem, além de anunciar medidas de socorro aos agricultores
gaúchos. A região tem 58 assentamentos e cerca de 3.500 famílias assentadas
pela política de reforma agrária. As agendas aconteceram no assentamento Meia
Água.
Os ministros do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira; do Desenvolvimento Social, Wellington Dias; da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta; e o próximo presidente da Conab, Edegar Pretto, chegaram por volta do meio-dia ao assentamento, onde foram recebidos por cerca de 100 pessoas. Eles visitaram o lote da família Santos, que não vê chuva há mais de 90 dias. Lá, foi apresentado um diagnóstico da grave situação da região: pastagens secas, açudes sem ou com pouca água, animais debilitados, falta de água para consumo humano, quebra na produção de leite e outras culturas, e dívidas com o banco. Também ocorreu o plantio de mudas de pitangueira e aroeira em simbologia à vida e a entrega de cestas com produtos da reforma agrária à comitiva. Depois do almoço, na presença do governador Eduardo Leite, foi feito o anúncio das medidas do governo federal para enfrentamento da estiagem no estado, num ato que reuniu aproximadamente 600 pessoas, entre elas o deputado Adão Pretto Filho (PT), que é ligado ao Movimento Sem Terra.
Os
ministros informaram que o presidente Lula autorizou o repasse de R$ 430
milhões para ações emergenciais, nas áreas da agricultura, desenvolvimento
social e defesa civil, a fim de ajudar pequenos agricultores e assentados. Desse
valor, R$ 300 milhões são do MDA. Será criada uma segunda parcela do crédito
instalação, no valor de R$ 5,2 mil, para atender 10 mil famílias assentadas,
com rebate entre 90 a 95%. Também se constituirá o Microcrédito Produtivo
Rural, para atingir até 40 mil agricultores familiares mais vulneráveis, que
receberão R$ 6 mil.
Já
do MDS serão destinados R$ 24 milhões para atender cerca de 10 mil famílias da
região que têm baixa renda e que estão cadastradas no Programa Fomento Rural.
Será um total de até R$ 2,4 mil cada, dividido em duas parcelas, para estímulo
e manutenção da produção da agricultura familiar. Ainda, numa parceria com a
Conab, serão distribuídos alimentos para as famílias mais vulneráveis,
totalizando mais de R$ 5 milhões em investimentos. Por meio do MDR, serão
destinados R$ 100 milhões para municípios em situação de emergência, para
aquisição de cestas básicas, contratação e manutenção de carros-pipa para
abastecimento de água.
Além
disso, 30 mil famílias gaúchas terão o pagamento antecipado do Bolsa Família, a
partir do dia 20 de março, será prorrogada a Declaração de Aptidão ao Pronaf
por mais um ano e criado um fórum de discussão com o governo do Estado,
entidades do campo e as prefeituras, para dar continuidade às ações de
enfrentamento à estiagem. Conforme o ministro Paulo Teixeira, a partir da
criação do grupo de trabalho, uma das prioridades é solucionar as dívidas dos
agricultores. “Lula pediu para construirmos políticas de curto, médio e longo
prazo”, adiantou.
A
região foi escolhida para o anúncio por ser uma das mais prejudicadas pela
falta de água no estado, devido à estiagem combinada com o avanço da mineração.
O resultado, em épocas como essa, é a redução drástica dos reservatórios de
água para o consumo humano e dos animais, além da baixa ou até mesmo
inexistente produtividade de alimentos. Isso acaba impactando na renda das
famílias e na economia local.
Para
Roberta Coimbra, que é assentada na região Sul e acompanhou as agendas dos
ministros, o socorro do governo federal é uma importante saída para a crise que
os agricultores vivem nos últimos anos. Ela destaca que, até então, o problema
era tratado pelo poder público somente de forma emergencial, mas que agora há a
possibilidade de avançar com uma política estruturante. “Hoje, todo o estado
está mobilizado para que a gente monte, junto ao governo Lula, um plano
estratégico de combate à estiagem. Nós queremos estruturas que deem condições
das famílias viverem no campo, tomando água potável, produzindo comida,
mantendo o bem-estar dos animais. Que nos deem condições de ajudarmos, com a
produção dos assentamentos, a combater a fome no Brasil”, salienta.
Conforme
levantamento da Emater, divulgado no dia 13 de fevereiro, a estimativa de
perdas para os principais produtos agropecuários em Hulha Negra soma mais de R$
60,5 milhões. Na produção de milho grão, os prejuízos passam de R$ 2,9 milhões;
e na cadeia do leite, de R$ 3,1 milhões. Ainda há perdas nas culturas de mel,
soja, milho para silagem, apicultura e bovinocultura de corte. Já em Candiota,
muitos açudes estão secos e outros praticamente só possuem água de má
qualidade. A prefeitura publicou decreto de alerta por causa da escassez
hídrica dos mananciais de abastecimento.
De
acordo com o deputado Adão Pretto, os anúncios e a vinda dos ministros ao
estado demonstram a sensibilidade do governo Lula com as demandas da
agricultura gaúcha. “É muito importante essa presença e ajuda aos nossos
agricultores, que vivem uma situação dramática. O governo federal está fazendo
a sua parte. Esperamos que as medidas anunciadas pelo governo do estado também
cheguem na ponta de forma concreta, porque das outras vezes foi muita promessa
e pouca ação”, lembrou.
Até
o momento, dos 497 municípios gaúchos, 332 já decretaram situação de emergência
em decorrência da estiagem. Dos sete municípios da Campanha, somente Dom
Pedrito não decretou, ainda que sofra com a falta de água.
Também
participaram das agendas com os ministros representantes de outros ministérios,
como o da Agricultura, agricultores familiares, assentados, lideranças de
movimentos do campo e deputados das bancadas estadual e federal do PT. Fotos:
Leandro Molina Vídeos: Maiara Rauber e Leandro Molina: https://we.tl/t-eaWjO1TR1h
Fonte:
Assessoria de Comunicação Edegar Pretto (PT)